Ex-assessor falta pela 2ª vez a depoimento; MP quer ouvir Flávio Bolsonaro

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou nesta sexta-feira (21) que, segundo o advogado de Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) não compareceu a depoimento porque “precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia”. Esta foi a segunda vez que o ex-assessor faltou a um depoimento agendado na sede do MP, no centro da capital fluminense.

Na última quarta-feira (19), Queiroz alegou uma “crise de saúde” e não prestou depoimentos em relação às movimentações atípicas em uma conta no seu nome, reveladas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O MP-RJ instaurou 22 inquéritos criminais para esclarecer suposta participação de parlamentares e servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) em movimentações bancárias não compatíveis com seus salários.

Segundo o advogado de Queiroz, o procedimento hospitalar “será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos”. Segundo o MP-RJ, a defesa prometeu apresentar os laudos médicos até o dia 28.

A Promotoria também informou que quer ouvir Flávio Bolsonaro no dia 10 de janeiro para que preste esclarecimentos acerca dos fatos. Segundo o MP-RJ, será enviado um ofício ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), sugerindo o comparecimento do deputado estadual Flávio Bolsonaro –como não há uma intimação para o depoimento, o senador eleito não é obrigado a comparecer.

Já os familiares de Queiroz devem ser ouvidos até o dia 8 de janeiro. A mulher de Queiroz e uma das filhas dele também foram citadas no relatório do Coaf por terem depositado recursos na conta do ex-assessor. Nathalia Melo de Queiroz, filha do ex-servidor, repassou a ele R$ 97.641,20, segundo o órgão fiscalizador. Reportagem do UOL revelou que Nathalia acumulou em 2011 emprego de recepcionista em uma rede de academias no Rio, cargo de assessora de Flávio e a faculdade de Educação Física.

O MP-RJ também quer ouvir assessores da Alerj (a data ainda não foi definida) –ao menos nove funcionários e ex-funcionários do gabinete de Flávio fizeram depósitos na conta de Queiroz. A Promotoria informou ainda que parlamentares citados no relatório do Coaf procuraram a instituição para manifestar interesse em apresentar seus esclarecimentos.

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