Conhecida por ser a maior responsável por quadros de intoxicação alimentar, a salmonela (Salmonella enterica e Salmonella bongori) é um tipo de bactéria transmitida pela ingestão de alimentos crus ou mal cozidos contaminados por fezes. Ela causa uma infecção bacteriana chamada salmonelose.
Os principais sintomas da doença são dor abdominal, vômitos e diarreia e costumam surgir de 12 a 36 horas depois da ingestão de comidas contaminadas.
Presente nas fezes de indivíduos doentes e também de animais contaminados, a bactéria se espalha rapidamente quando as condições de higiene são precárias. O microrganismo geralmente contamina alimentos crus, como carnes, especialmente de aves, leite não pasteurizado e ovos.
Para evitar a doença, médicos infectologistas recomendam cuidado extra com preparos que levam ovos crus, como maionese, e também com a carne de frango, que deve ser consumida sempre bem passada. Embora a bactéria seja geralmente associada a alimentos de origem animal ela também pode ocorrer em verduras e legumes que tiveram contato com água contaminada.
Sintomas e tratamento
Os sintomas da salmonelose variam em intensidade de acordo com a quantidade de alimento contaminado ingerido e também com o nível de degradação do produto consumido. Os mais comuns são vômito, diarreia, dor abdominal e febre.
Na maioria dos casos a doença persiste no corpo humano por um período limitado e determinado. Assim, o tratamento pode ser feito em casa e é focado em aliviar os sintomas e manter o paciente bem hidratado. Recomenda-se que o doente permaneça em repouso e beba bastante água ou soro caseiro para evitar desidratação.
Se os sintomas persistirem por mais de três dias, o Ministério da Saúde recomenda que seja procurada uma unidade de saúde. O uso de antibióticos é recomendado pelo ministério apenas quando as bactérias contaminam outros órgãos além do intestino e se espalham pela corrente sanguínea. Nesses casos mais graves podem surgir sintomas como dor de cabeça e calafrios além de dor nas articulações, dificuldade em urinar, inflamação nos olhos e artrite.
O tratamento com antibióticos não é recomendado para casos leves ou moderados em pessoas saudáveis. Isso porque esses medicamentos podem não eliminar completamente as bactérias que causam a salmonelose. Nesses casos há o risco de o antibiótico criar cepas resistentes, tornando o tratamento ineficaz.
Bebês, crianças e idosos, que são mais suscetíveis à desidratação, correm maior risco com a doença. Pessoas que possuem imunidade debilitada e portadoras de anemia falciforme também fazem parte do grupo que pode desenvolver complicações.
Quando vários casos de infecção por salmonela transmitida por alimentos contaminados são constatados em um mesmo estabelecimento, a Vigilância Sanitária local deve ser contatada.
Como evitar
Como a salmonela é eliminada dos alimentos quando os produtos são cozidos, fritos ou assados completamente, a maioria dos cuidados para impedir a intoxicação pela bactéria envolvem atenção especial aos alimentos crus. Veja as principais recomendações do Ministério da Saúde para evitar a salmonelose:
- Lave as mãos antes, durante e depois de manipular ou consumir alimentos.
- Higienize vegetais deixando-os mergulhados em um litro de água com hipoclorito de sódio ou uma colher de chá de água sanitária.
- Ovos e carnes – especialmente as de aves, mais sujeitas à contaminação – devem ser bem cozidos ou assados.
- Prefira consumir leite pasteurizado ou fervido ao invés de leite cru.
- Descongele carnes aos poucos, na geladeira, antes do preparo.
- Lave bem utensílios de cozinha usados na preparação de carnes cruas e não deixe que eles entrem em contato com alimentos já prontos.
- Mantenha ovos sempre sob refrigeração.
fonte: G1