Governador da Bahia diz que é ‘crime’ usar cloroquina em disputa política

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que vê como um absurdo o uso do debate sobre o uso da cloroquina como uma disputa política durante a pandemia do coronavírus. Em um post em vídeo no Twitter, ele disse que “quem tem que opinar sobre medicamento é farmacêutico, cientista, médico, e não políticos”. A cloroquina não é recomendada como tratamento pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e há estudos que apontam riscos cardíacos no uso sem acompanhamento médico. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem dizendo que faz uso da droga após o diagnóstico positivo para a covid-19 e promoveu a criação de um protocolo do Ministério da Saúde para o uso da hidroxicloroquina e a cloroquina.

Rui Costa afirma, no vídeo: “Eu não tenho opinião nenhuma sobre cloroquina, e não tenho opinião nenhuma sobre remédio. Porque não sou farmacêutico, não sou médico e não sou cientista. Eu acho um absurdo, eu acho um escândalo, os políticos transformarem medicamento em disputa político-partidária”. “Talvez o Brasil seja hoje o único lugar no planeta que se comete esse crime, esse absurdo, de transformar uso de medicamento em disputa ideológica, partidária, onde se cria polêmica ou falsa polêmica sobre remédio. Talvez isso seja para esconder a ineficácia e a falta de vontade de se adotar políticas públicas para salvar vidas humanas”, acrescentou.

Rui cita que estudos ainda não apontam com grau de precisão quais medicamentos são eficientes para combater a covid-19 e que a cloroquina já teve diversas derrotas em estudos pelo mundo.

Na Bahia, o município de Itagi anunciou que começou a distribuir hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina para todos os moradores com sintomas do coronavírus. Os remédios não têm eficácia comprovada no tratamento da covid-19. Segundo a prefeitura, a iniciativa de entregar o “kit-covid” em domicílio faz parte do plano local de enfrentamento à pandemia e tem como objetivo evitar que as pessoas precisem se deslocar até a farmácia. Em postagem nas redes sociais, a ação é definida como “pioneira” e destinada “a todos os pacientes sintomáticos” de covid-19.

 

Por: UOL

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