Duas mulheres são vítimas de golpe através de transferência via PIX na Bahia

Duas mulheres foram vítimas de um golpe através de transferência via PIX, em Salvador, e pediram ressarcimento do valor ao banco, mas nada foi feito até a publicação de uma reportagem.

De acordo com a Polícia Civil o caso de Ana Paula foi registrado na 9ª Delegacia Territorial e o caso de Rose Mary na 26ª. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) orientou que as vítimas retornem às delegacias e forneçam mais informações para instauração do inquérito.

O primeiro caso é o da autônoma, Ana Paula Nolasco, que tem um bar no bairro da Boca do Rio. Ana perdeu R$ 21 mil da conta bancária. Segundo ela, os criminosos entraram na conta e fizeram duas transferências pelo PIX simultaneamente.

“Esse negócio de PIX foi a maior loucura que já inventaram. Deu acesso para qualquer um entrar no seu CPF e movimentar sua conta. Tiraram de mim uma coisa que eu estava guardando e precisando usar e, do nada, em um estalar de dedos, saiu R$ 21 mil da minha conta. Sempre fui cautelosa nesse sentido de mexer com dinheiro, porque a gente sabe o dia de hoje e não sabe o de amanhã”, disse Ana Paula.

Os extratos das transações bancárias mostram que o primeiro PIX, no valor de R$ 10 mil, foi feito no dia (20/05), às 20h01, para Anderson Cardozo da Silva. Dois minutos depois, a segunda transferência retirou mais R$ 11 mil da conta de Ana Paula para outra conta, no nome de Mikael Murilo Rodrigues.

Ana Paula tentou contestar as transferências assim que recebeu as notificações, mas não conseguiu, então foi na delegacia, registrou um boletim de ocorrência e também foi na Caixa Econômica Federal, onde mantém a conta, para buscar uma solução.

“Ele disse para mim que, infelizmente, não pode fazer mais nada e que eu tenho que aguardar, porque o meu caso não é único. Mas como é que eu posso aguardar? Minhas contas estão aí… Como é que eu vou falar para o credor: ‘aguarde, porque estou com meu dinheiro preso na Caixa Econômica, porque fui roubada”, disse a mulher.

Já faz quase um mês que Ana Paula sofreu o golpe e não teve resposta do banco. O valor seria utilizado para pagar fornecedores do bar. Alguns contratos, inclusive, já foram cancelados e a autônoma segue no prejuízo.

“Nunca vi [os homens que receberam as transferências]. Um diz que é de São Paulo e o outro diz que é daqui [da Bahia], de um outro banco. Eu tenho nome, CPF, mas não tenho acesso a esses homens, nunca nem vi. Eu jamais faria um PIX nesse valor”, comentou.

Rose Mary Teixeira também espera respostas da Caixa, ela é comerciante e perdeu R$ 44 mil em três transferências feitas pelo PIX. Ela conta que valor seria aplicado para quitar a compra de um imóvel. Rose Mary contou que o dinheiro é resultado das economias de 30 anos de trabalho e que, após o golpe, teve dificuldades de registrar a queixa na delegacia.

“Quando eu descobri as transformações, entrei em contato com a Caixa, mas o atendimento foi péssimo. Entrei em contato com minha agência, tentei falar com os gerentes da minha conta e a resposta que me deram é que a minha situação não era passiva de ressarcimento. Entrei em contato com o Banco Central, abri outra reclamação, e eles disseram que não houve ato ilícito nas transações”, explicou.

A Caixa Econômica Federal disse que os processos de contestações são analisados por uma equipe especializada, e que os referidos processos são sigilosos, repassados exclusivamente aos correntistas e autoridades policiais. Disse também que não foram identificados indícios de ação ilícita nos dois casos citados, após todos os procedimentos para a verificação das movimentações, e por isso os valores contestados não foram devolvidos.

fonte: g1.globo.com

 

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