A matéria foi postada nesta terça-feira, 18 de marçode 2025, pelo site Bnews de forma exclusiva. O Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) se prepara para julgar, nesta quarta-feira (19/03), três juízes envolvidos na “Operação Liga da Justiça”, o segundo maior escândalo de corrupção da Bahia, superado apenas pela Operação Faroeste. O processo administrativo disciplinar, que corre em sigilo, definirá as penas aplicadas aos magistrados por infrações disciplinares, podendo chegar à aposentadoria compulsória.
A investigação, que culminou no afastamento dos juízes Fernando Machado Paropat, Rogério Barbosa de Sousa e Silva e André Marcelo Strogenski, aponta para um esquema de grilagem de terras, corrupção e agiotagem em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. A Corregedoria Geral do TJBA identificou a associação dos magistrados com um promotor, advogados, empresários e um secretário de obras do município, resultando em um patrimônio imobiliário milionário para os juízes.
A investigação aponta que 101 matrículas de casas e terrenos em praias paradisíacas da região estão em nome dos juízes, com movimentações financeiras incompatíveis com seus salários. O esquema teria sido facilitado pelo controle do Cartório de Registro de Imóveis de Porto Seguro por parte dos empresários, que emitiam documentos fraudulentos. A prática de sobreposição de matrículas, a aquisição de lotes em condomínios de luxo e a atuação como agiotas também foram identificadas durante a investigação.